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Cineclube Mastodonte divulga programação de maio
CULTURA
Cineclube Mastodonte divulga programação de maio
29/04/2015 11:46:32
por Nataniel Zanferrari

O Cineclube Mastodonte divulgou a programação de maio. Quatro filmes serão exibidos às aos sábados no Auditório do Museu da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) no Campus de Alta Floresta, sempre com início às 20 horas. A entrada é gratuita.

 

O pagador de promessas

A primeira sessão será já neste sábado, 2 de maio, com a exibição do filme ‘O pagador de promessas’ (Anselmo Duarte, 1962). A peça homônima de Dias Gomes retrata um herói popular às voltas com o poder constituído. Sua adaptação para as telas foi um marco de excelência para o cinema brasileiro, que vivia uma fase de transição entre o pensamento industrial e a consciência da década de 1960. Interpretado com garra por Leonardo Vilar, o protagonista Zé do Burro encarou a teimosia e autenticidade do povo em oposição às forças.

O filme em preto e branco tem 118 minutos de duração e conta com Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionísio Azevedo, Norma Bengell, Geraldo Del Rey, Othon Bastos e Antônio Pitanga no elenco.

Em 1962, ‘O pagador de promessas’ recebeu a Palma de Ouro na categoria Melhor Filme no Festival de Cannes, na França; foi vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cartagena, na Colômbia; foi vencedor do Prêmio Golden Gate no San Francisco International Film Festival (EUA), nas categorias Melhor Filme e Melhor Trilha Sonora, pelo música de Gabriel Migliori; e, em 1963 recebeu indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, nos Estados Unidos, sendo o primeiro filme brasileiro a ser indicado pela Academia Americana de Cinema.

 

Helena Meirelles: A dama da viola

Já no dia 9 de maio, a sessão exibe ‘Helena Meirelles: A dama da viola’ (Francisco de Paula, 2004), que retrata um rústico cenário que deu vida e personalidade a uma das maiores instrumentalistas da música brasileira, a mato-grossense Helena Pereira Meirelles (1924-2005). Em comum, o som da viola caipira, expressão musical de uma brasilidade profunda, mesclada com a sonoridade vinda das tribos indígenas e dos vizinhos paraguaios. Ao mesmo tempo áspera e doce, a viola embala uma história calorosa sobre a violeira, cantora e compositora.

 

Conversando com Deus

O filme ‘Conversando com Deus’ (Conversations with God, Stephen Simon, 2006), uma adaptação da trilogia de livros de Neale Donald Walsch, que inspirou e mudou a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. O filme conta a história de quando, no pior momento de sua vida, Walsch fez a Deus algumas perguntas bem difíceis, descobrindo que dentro de cada um de nós há uma voz que fala a verdade.

 

Iracema: Uma transa amazônica

No dia 23 de maio, o Cineclube exibe ‘Iracema: Uma transa amazônica’ (Jorge Bodanzky e Orlando Senna, 1976), uma produção realizada em conjunto por Brasil e Alemanha Ocidental. O filme faz um contraponto à propaganda oficial da época sobre a Amazônia, revelando as queimadas, o trabalho escravo e a prostituição infantil através da história da menina ribeirinha Iracema, que atraída pela cidade grande e pela lábia do motorista Tião Brasil Grande, acaba se prostituindo às margens da Rodovia Transamazônica.

Em 1980, ‘Iracema: Uma transa amazônica’ foi o vencedor do Festival de Brasília nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz para Edna de Cássia, Melhor Atriz Coadjuvante para Conceição Senna, e Melhor Edição para Eva Grundman e Jorge Bodanzky. Em 1978, foi eleito o melhor filme do ano durante uma mostra de filmes proibidos da Associação de Críticos Cinematográficos de Minas Gerais. Também ganhou o Prix George Sadoul, em Paris, França; o Adolf Grimme Preis, em Marl, Alemanha; o Encomio Taormina, em Sicília, Itália; e o 12º Reencontre Film et Jeunesse, um Prêmio Especial de Melhor Filme do Festival de Cannes, na França.

A produção foi uma encomenda para a televisão alemã e realizada em 1974, mas a censura da ditadura militar proibiu sua exibição no Brasil por muitos anos, alegando que era uma produção estrangeira. O filme retratou grilagem de terras, desmatamento, queimadas, prostituição e miséria, contrariando a propaganda oficial, que dizia que a rodovia levaria o progresso à região. O filme foi exibido em diversos países da Europa durante os anos em que esteve proibido no Brasil pela censura e, clandestinamente, no Brasil, em 1978, em uma mostra de filmes proibidos em Minas Gerais. O filme foi lançado em circuito comercial no Brasil no dia 30 de março de 1981, no Rio de Janeiro e em Niterói.

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