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Programa TpM realiza discussão programa sobre acessibilidade e cidadania
Programa TpM realiza discussão programa sobre acessibilidade e cidadania
07/10/2014 16:21:09
por assessoria
Foto por: Arquivo pessoal

O programa ‘TpM – Radiando Comunicação’ vai ao ar na Rádio Tangará aos sábados, entre 10 e 11h. No dia 27 de setembro, Rafael Demarchi, acadêmico de Enfermagem, fez a abertura do programa anunciando os temas a serem discutidos: política, acessibilidade e cidadania. Para discorrer sobre o tema e sobre seus impactos para a sociedade em geral, o TPM contou com a participação da professora Idalina Meurer, da Escola Estadual 13 de Maio, e do professor Raimundo França, do campus de Tangará da Serra da Universidade do Estado de Mato grosso (Unemat).

O programa levou ao ar o quadro ‘Mulheres que fazem história’,  apresentado por Amanda Anibale, que homenageou a deputada Célia Leão, que ficou paraplégica em um acidente de automóvel e é militante dos movimentos pelos direitos das pessoas portadoras de deficiência.

‘Os aplausos do TpM’, quadro que foi apresentado por Rafael Demarchi, foram direcionados para o projeto ‘Segurança e cidadania’, da Polícia Militar do Comando Regional (CVII), que realizou no dia 21 de setembro mais uma ação. Através de parcerias firmadas entre instituições públicas e privadas, foram disponibilizados alguns atendimentos, tais como odontologia, atualização da caderneta de vacina, confecção de RG e CPF, entre outros. O projeto ‘Radiando comunicação’ participou da ação de cidadania com dinâmicas, músicas ao vivo e diálogos sobre cidadania, sexualidades e violência.

No bloco de entrevistas, mediado pela professora e coordenadora do Projeto TpM, Marinês da Rosa,  a professora convidada,  Idalina Meurer, falou sobre acessibilidade. Iniciou apresentando o Projeto Humanizar, que coordena a 12 anos em Tangará da Serra. Ela disse que os pais não tratam sobre sexo, racismo e deficiência com seus filhos e que, mediante esta situação, o Projeto Humanizar tem levado a temática às escolas e praças, com enfoque na acessibilidade, para que essas temáticas também possam ser disseminadas e, assim, todos tenham conhecimento do assunto.

Ao ser incentivada a fazer uma avaliação dos avanços e desafios acerca do problema, Idalina ressaltou que há mudanças na inclusão dos deficientes em escolas e locais de trabalho. Disse que ela tem buscado ofertar suporte a eles, porém, lembrou Idalina, quando se trata de estrutura para a acessibilidade, ainda há muito a se fazer, uma vez que são as mesmas de anos atrás, não ofertando condições necessárias, tais como calçadas, rampas, banheiros, sinalização, dentre outras.

Idalina ponderou que a utilização de espaços reservados para deficientes, por outras pessoas, demonstra a ausência de empatia com a questão da acessibilidade por parte de muitos na cidade de Tangará.  Marinês argumentou que não é necessário ser deficiente para compreender isso, e que é um princípio de cidadania colocar-se no lugar do outro.

A professora Idalina disse que o workshop realizado no dia 26 de setembro, na OAB, chamado pela Câmara Municipal, foi uma importante iniciativa, mas lamentou a ausência de algumas instituições, dentre elas, a representação do Legislativo. Nesse contexto, Marinês e Idalina, que estiveram no evento durante o período da manhã, sinalizaram a pouca participação dos que nos representam para assuntos que são deixados à margem, como a acessibilidade e a inclusão. Elas enfatizaram que isso precisa ser pontuado e que todos nós temos responsabilidade na participação e na exigência de posicionamento em relação a essas questões dos que nos representam.

O terceiro bloco de entrevistas tratou de Política, com P maiúsculo. Contou com a participação do professor Raimundo França, cientista político que estabeleceu uma ligação entre seu tema e a discussão anterior sobre acessibilidade e cidadania, apontando a típica projeção da falta de responsabilidade individual e social sobre essa questão. Ele lembrou que, quanto se fala sobre cidadania, a tendência é responsabilizar, apontar o outro, mas muitas vezes não fazemos nossa parte, negligenciando o fato de que integramos a sociedade e de que, logo, temos responsabilidades para com a sociedade. Exemplificou sinalizando a apatia política que pode ser percebida na pouca presença no Poder Legislativo, nas sessões das câmaras, oportunidade importante para acompanhar o que se discute entre aqueles que nos representam.  Os cidadãos, de modo geral, não concebem a política como algo inerente às suas vidas e a seus cotidianos, disse Raimundo. Por sua vez, os representantes políticos, em sua maioria, preferem temas que geram divisas e, assim, temas como acessibilidade e outros se tornam invisíveis e não prioritários.

Sobre a avaliação do momento político, eleitoral ou eleitoreiro, política ou politicagem, conforme provocação da professora Marinês, o professor Raimundo considerou que o sistema de propaganda eleitoral não possibilita a discussão ou construção da Política com P maiúsculo, uma vez que não há discussão e sim propaganda de candidatos como produtos e, assim, ganha que tem mais dinheiro. “Quem perde?”, questionou Marinês. “Todos nós”, respondeu Raimundo, que sinalizou ainda problemas que contribuem para a apatia política, tais como a corrupção e a falta de conhecimento, tanto dos cidadãos quanto os representantes políticos, em relação a temas como o Pacto Federativo e a Reforma Política, por exemplo.

O professor Raimundo comentou ainda sobre o I Seminário sobre Política e Democracia, ocorrido em 25 de setembro. Afirmou que esse seminário apresentou-se como uma oportunidade para se discutir questões como as apontadas acima, além das políticas públicas pontuais, que foram abordadas nas mesas de discussões. Foi uma oportunidade de aprendizado para todos, inclusive para os legisladores, gestores locais e instituições que estão relacionadas diretamente, com essas questões. Raimundo lembrou que o evento foi organizado pelo Grupo de Pesquisa, Cultura, Política e Sociedade, coordenado por ele, em parceria com outros grupos de pesquisa.

Ao falar sobre qualificação, o professor Raimundo anunciou o curso de especialização em Políticas Públicas. Ele ainda destacou que está em trâmite o curso de mestrado em Ciências Sociais que, se aprovado, funcionará na Unemat.

Finalizando o programa, a professora Marinês anunciou e convidou todos para participarem da sessão de cinema, atividade referente a outro projeto da Unemat, que ocorreu no período da tarde, na Biblioteca do Centro Cultural de Tangará da Serra. Marinês lembrou que o projeto ‘Cinema para Todos’, vinculado ao curso de Letras da Unemat, tem por objetivo exibir gratuitamente produções cinematográficas, nacionais e internacionais, a toda a população tangaraense e que, posterior à exibição do filme, ocorrem discussões mediadas por professores e estudantes dos cursos de Letras e Biologia da Unemat. As exibições dos filmes ocorrerão uma vez por mês. A professora Marinês finalizou destacando que o referido projeto oferece mais um importante momento cultural à cidade, com entrada franca. Por fim, ela agradeceu as participações dos convidados, da equipe e dos ouvintes.

 

EQUIPE:

Abertura e quadro ‘Aplausos’: Rafael Demarqui

Direção e redação: Michele Mariano

Sonoplastia, músicas e quadro ‘Mulheres que fazem história’: Amanda Anibale

Revisão do texto: Ivana Ferigolo Melo

Apresentação: Marinês da Rosa

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