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Estudo avalia pimenta como fonte alternativa na alimentação de ruminantes
Testes em laboratório vão avaliar digestão do aditivo natural de pimenta


Nos últimos anos, as pimentas vêm ganhando espaço na mídia e na pesquisa científica por sua versatilidade culinária, industrial e suas propriedades medicinais. A pimenta é também um potencial aditivo natural na alimentação de bovinos, ovinos e caprinos, com ação antibacteriana e antioxidante.



Pesquisa desenvolvida por professores da Universidade do Estado de Mato Grosso, e instituições parceiras, vai avaliar a utilização de espécies de pimentas na melhoria da fermentação dos alimentos ingeridos por ruminantes e, consequentemente, no desempenho animal. Os estudos possibilitará gerar informações técnico-científicas de uma fonte alternativa, de aditivo natural, promotor de crescimento na alimentação de ruminantes.



Nos últimos anos, o mundo vem buscando alternativas de aditivos alimentares que não gerem resíduos nos produtos de origem animal, como carne e leite. “Os mercados internacionais impõem uma série de restrições comerciais para muitos antibióticos e substâncias químicas usadas como aditivos ou promotores de crescimento”, explicou o coordenador do projeto, professor Luiz Juliano Valério Geron, doutor em Zootecnia e docente da Unemat, em Pontes e Lacerda.



Como será a pesquisa



O objetivo é avaliar a resposta à inclusão de diferentes níveis de aditivo natural feito à base de pimenta “bode e de cheiro” (Capsicum chinense) e malagueta (Capsicum frutescens), nas rações balanceadas para ruminantes.



Primeiro, os testes serão realizados em laboratórios, de forma controlada chamada in vitro, onde será possível medir diferentes reações químicas, como valor do pH e concentração de nitrogênio amoniacal, taxa de hidrolise das proteínas e carboidratos (digestão) após incubação de 24 horas.



Além disso, também será feita pesquisa em campo. O aditivo natural (pimenta) vai ser misturado na ração de cordeiros em confinamento para avaliar o comportamento ingestivo, desempenho animal como o ganho médio diário, ganho médio total, conversão alimentar e eficiência alimentar.



A pesquisa será desenvolvida pelo período inicial de 2017 a 2019. Os resultados vão possibilitar a geração e inovação tecnológica com a disponibilização de novo aditivo natural para a produção animal.



O estudo “Inclusão de aditivo natural (Capsicum ssp) na alimentação de ruminantes: estudo in vitro e in vivo”, coordenada por Luiz Juliano Valério Geron, aprovado recentemente pelo edital Fapemat nº 037/2016, será desenvolvido por uma rede de pesquisa constituída por docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Estadual de Maringá (UEM).



Para saber mais: http://portal.unemat.br/?pg=noticia/.


Por: Danielle Tavares