Imprimir
Cientistas e comunidade tradicional unidos por uma Amazônia mais resiliente


Forama é uma sigla em Inglês (For a Resiliente Amazon) que, em português, significa “Por uma Amazônia mais resiliente”. O projeto Forama é produto de uma parceria internacional de quase 10 anos entre a Unemat e a Universidade de Leeds (Inglaterra), uma das mais importantes do mundo.



A ideia é unir as equipes de pesquisadores dos dois países para entender como as mudanças climáticas impactarão espécies de árvores amazônicas, e usar estas informações para embasar iniciativas de restauração que contribuam para a subsistência de comunidades tradicionais. “Iremos trabalhar com a população local na Amazônia para desenvolvermos em conjunto formas efetivas para prever os impactos das mudanças climáticas na Amazônia, e avaliar como essas mudanças afetam nossas árvores nativas”, explica a professora Beatriz Marimon.



A região da transição Amazônia/Cerrado, onde será desenvolvido o projeto, está sendo mais afetada do que qualquer outra, devido à combinação fatal de desmatamento e mudanças climáticas. Este problema já vem ocorrendo desde os anos 1990, mas começou a se intensificar a partir de 2005, quando grandes secas e picos de temperaturas máximas, que já estavam entre as mais altas da Amazônia, aumentaram mais que o dobro em comparação com as taxas médias globais e do Bioma.



Existem atualmente enormes lacunas de conhecimento e desconexão em nossa compreensão científica de como essas mudanças climáticas afetam as árvores da Amazônia, incluindo aquelas mais úteis para o povo local. “Assim como as lacunas e a desconexão em nossa compreensão biológica sobre os efeitos da ameaça climática, há um abismo mais profundo entre as pesquisas científicas sobre como as mudanças globais afetam a Amazônia e as vidas dos povos amazônicos”, explica Beatriz.





Professora Beatriz e Professor Ben Hur, atuam na Unemat de Nova Xavantina



PARECERIA INTERNACIONAL- Gerido pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe)/Unemat, o Forama tem duração de três anos e procura abordar o conhecimento científico e o tradicional de forma combinada, conectando pontos fortes e experiências complementares de um dos principais grupos de pesquisa do Reino Unido e da Amazônia. “Com isso, a Unemat ganha nova projeção internacional nos cuidados com as mudanças climáticas e a população local, que inclui também produtores rurais”, disse professor Ben Hur Marimon, também da Unemat de Nova Xavantina.



Estão sendo mobilizados cinco pesquisadores principais, oito bolsistas, alunos de graduação e pós-graduação e cinco pesquisadores assistentes de dois laboratórios de pesquisa que atuam há mais de 25 anos com vegetação tropical.



Do lado brasileiro, o projeto é coordenado pela Profa. Beatriz Schwantes Marimon, da Unemat de Nova Xavantina, que integra o Laboratório de Ecologia Vegetal (Labev). Já do lado britânico, está sob coordenação do Prof. Oliver Phillips, da Universidade de Leeds, em parceria com o Grupo de Pesquisa em Ecologia e Mudanças Globais (EGC Group).



 “As mudanças climáticas estão afetando toda a vida na Terra, ameaçando espécies e ecossistemas, bem como as pessoas cuja subsistência depende deles”, explica o professor Oliver Phillips, um dos principais investigadores do projeto. Segundo ele, abordar esses impactos representa um desafio significativo e complexo para a ciência e a sociedade, particularmente nos trópicos onde a biodiversidade é mais rica e menos conhecida, e onde atualmente emergem novas condições climáticas.



 


Por: Danielle Tavares